sábado, 9 de fevereiro de 2008

It was 44 years ago today... \o/\o/\o/\o/


"Here they are... THE BEATLES!"

Ed Sullivan foi testemunha declarada de que nunca em seu programa havia acontecido uma recepção tão calorosa (belo eufemismo para a histeria da platéia) ao apresentar apenas dois nomes de um conjunto. Pois é, quando ele começou a balbuciar a chamada dos integrantes: "John Lennon, Paul McCartney..." o estabelecimento praticamente veio abaixo antes que ele pudesse sequer terminar.
Um segurança que trabalhou no complexo trabalho de evitar que a multidão insandecida corresse abaixo das arquibancadas do Shea Stadium (incluindo até um pique-pega com algumas jovens relutantes em se manter longe dos fabulosos), disse que o chão tremia de tantos gritos, guinchos, berros e afins que brotavam do formigueiro humano à espreita de uma música que saísse dos gênios.
Meu pai, ao ver "A Hard Day's Night" comigo e com a minha mãe, declara: "Hoje em dia não se vê mais esse tipo de demonstração histérica, essas mulheres malucas arrancando os cabelos e etc, não é?".
Claro que não, pai. Isso se chama Beatlemania. Perdura até hoje, imbatível e inigualável!

John Winston Lennon, James Paul McCartney, George Harrison e Richard Starkey não aceitaram ser mais alguns na multidão. Pudera não quisessem, desperdiçar tamanha genialidade seria um crime. Nem poderiam, não sem deixar um legado que institui importância na vida de tantas pessoas mesmo 44 anos depois...E isso condiz em ser o que eles sempre foram, os Beatles.
Mas será que aquilo era realmente o que eles esperavam? Qual devia ser a sensação de 4 músicos que sempre buscaram demonstrar excelência em sua arte ao não conseguirem demostrar para que tinham vindo por causa de tanta gritaria?
John sempre declarou que queria ser famoso. Ele e Paul tinham um caderno de composições apenas deles e se comprometeram a formar a melhor dupla de compositores que já existiu (o que pode se dizer que conseguiram com sucesso!). Porém, o mesmo John já declarara uma vez numa entrevista logo após a primeira apresentação do quarteto nos EUA: "Achei maravilhoso e ridículo ao mesmo tempo. Milhões de pessoas se juntavam pra gritar, nós tínhamos que cantar mais alto ainda e mesmo assim não conseguíamos nos ouvir". Ringo não conseguia fazer algo diferente na bateria porque não daria nem pra uma mosca contígua escutar. Nem os outros conseguiam se aperfeiçoar porque os instrumentos não reverberavam em seus ouvidos, o que comprometia uma boa apresentação. Apesar de podermos ver os semblantes alegres e surpresos com a fama, achando engraçado aquelas malucas batendo nos vidros dos carros em que eles estavam, com certeza era bastante incômodo.
Eu sou suspeita para falar. Realmente, acho que minha reação em estar presente no mesmo teto que os 4 rapazes de Liverpool, que tanto admiro, podendo ter a maravilhosa chance de ouvi-los tocar, também me levaria à exaustão... No entanto, não seria um sinal de respeito e consideração fazer silencio ao menos quando tocam a música (ou cantar junto, o que é uma bela e gratificante demonstração de admiração)? Sim. Mas se fosse dessa maneira pacata, o fenômeno não seria o mesmo. E mesmo que talvez nem todos soubessem do empenho que aqueles jovens exigiram de si mesmos para chegar ali, o fato é que todos se sentiam contagiados.
O mais formidável é ver que se tratavam de 4 adolescentes que se arriscavam vindo de camadas baixas da sociedade, se entregando à sorte, que não lhes era ingrata devido enorme talento que sempre tiveram. Em seus tempos de anonimato cruzavam uma Liverpool inteira em ônibus capengas para descobrir um acorde original que diferenciasse suas canções (trabalho cujo efeito vemos surtido em mais de 200 músicas inovadoras!). Eram canções simples a início, mas que graças a esses experimentos, fugiam do padrão real das bandas da época. Os quatro separados eram bons; juntos, perfeitos em termos musicais. Sim, em termos musicais, pois o que mais pasma é ver como 4 seres, humanos em falhas e acertos, conseguiram ir tão longe a ponto de influenciar música, moda, comportamento e adjacências... Ou melhor, o mundo! As entrevistas eram chances de se ver o sarcasmo, a irreverência, a graça dos rapazes. Em tudo eles botavam um toque britânico e, simultaneamente, em sátira ao pitoresco estilo de vida polido dos ingleses. Fosse mediante piadas, trocadilhos, caretas, quaisquer fossem as palhaçadas: era distribuição de alegria! Os cabelos (ou perucas?!) faziam sucesso e eram compulsivamente copiados. O terninho, os cumprimentos à platéia no final de cada música... tudo neles compelia a uma fama merecida. Todas essas características os faziam subir no pedestal da juventude, dar mais voz à rebeldia dos anos 60, mas sobretudo, era a obra-prima que dava sentido ao contexto: a música. Os que os serviam de inspiração eram grandes: Elvis Presley, Chuck Berry, Little Richard, Ray Charles... como não construir uma base sólida com tais nomes? E a base sólida serviu como alicerce de superação: a música que eles faziam carregava seus ídolos nas raízes, mas tinha algo de novo, algo só deles, algo exultante! Uma energia que parece correr pelas veias, como um choque elétrico! Eles encontraram a forma de mesclar a música negra do rock’n’roll, (da qual eles eram grande fãs, e não ia ser “apartheid” que ia mudar isso), numa injeção de Rhythm & Blues com a qualidade do rock britânico; a fórmula genuína da Invasão Britânica. Foram motivo de orgulho na Inglaterra (e divisas), sendo levados ao palácio de Buckingham para se tornarem Membros do Império Britânico! E não importa quem se revoltasse com 4 músicos sendo daquela maneira renomados, o fato é que eles mereciam, porque muito dos membros haviam chegado àquele patamar por mérito de guerra, enquanto eles chegaram por fazer música, paz e amor!

Tudo isso é a mania, uma mania saudável que eles nos trouxeram. Tudo isso foi tanto intenso quanto extenso, durando até os dias de hoje; mas teve o pico em um ano: 1964. Pra ser mais precisa, a exata data comemorativa é 9 de fevereiro de 1964. Há 44 anos atrás... há mais de 4 décadas... isso é ou não é motivo de comemoração? Eles se fincaram no tempo e na história, por talento próprio, com uma trajetória admirável apesar de todos os percalços! Eles mereceram e se firmaram com a melhor fama: a fama de serem o mais famoso quarteto de Liverpool, a melhor banda de todos os tempos: The Beatles!

Meu avô bem dizia: eles juntos possuíam uma harmonia que não era equiparável, era fantástica. Minha avó também diz: eles trouxeram uma irreverência, uma alegria, uma voz que nunca presentes antes, mudaram inúmeros aspectos com isso. Eles conquistaram a todos: idosos, crianças, nascidos no berço do rock’n’roll ou não, adolescentes... e até hoje o fazem, até mesmo unindo pessoas que nem sonhavam com a existência umas das outras, mas que tiveram esse motivo mais do que admirável para estarem juntas! Dilataram o mundo, mas diminuíram a distância, de forma bem sonora, absurdamente linda. Um belíssimo trabalho, em todos esses aspectos. Um ótimo proveito do dom que receberam de Deus. Somos testemunhas vivas e andantes disso (ainda bem!). Alguns dizem que é preciso inteligência para se ouvir Beatles. Eu discordo; é preciso apenas sensibilidade. As músicas por si mesmas fazem o resto do trabalho, pela viagem que percorrem dos ouvidos até os dedos do pé de um ouvinte. Ouvir-lhes-emos... hoje e sempre!

Perdão pelo tijolo, pela prolixidade... é como o fascínio por essa banda, ou melhor, por esse verdadeiro conjunto (que conjunta tantas coisas!) exerce dentro desta escritora de meia-tijela que sou, que com mesmo diante de toda essa visível incompetência, ainda se vê no deleite de escrever sobre eles... Mais e mais... mesmo que nunca chegando a um ponto final.
Afinal, eles sempre serão um dos meus maiores amores!


E pra finalizar, o hino da Beatlemania (que foi o que realmente iniciou a conquista dessa fãzona tiete e babona aqui!):

She Loves You

(Lennon/McCartney)

She loves you, yeah, yeah, yeah!
She loves you, yeah, yeah, yeah!
She loves you, yeah, yeah, yeah!

You think you've lost your love
Well, I saw her yesterday
It's you she's thinking of
And she told me what to say
She said she loves you!
And you know that can't be bad
Yes, she loves you
And you know you should be glad!

She said you hurt her so
She almost lost her mind
But now she said she knows
You're not the hurting kind
She said she loves you!
And you know that can't be bad
Yes, she loves you,
And you know you should be glad!
Woooh!

She loves you, yeah, yeah, yeah!
She loves you, yeah, yeah, yeah!
And with a love like that,
You know you should be glad!

You know it's up to you
I think it's only fair
Pride can hurt you too
Apologize to her
Because she loves you!
And you know that can't be bad
She loves you,
And you know you should be glad!
Woooh!

She loves you, yeah, yeah, yeah!
She loves you, yeah, yeah, yeah!
And with a love like that,
You know you should be glad
With a love like that,
You know you should be glad
With a love like that,
You know you should... be glad!

Yeah, yeah, yeah!
Yeah, yeah, yeah!
Yeah, yeah, yeah, yeah!




VIDA LONGA AOS REIS DO IÉ-IÉ-IÉ! /o/\o\/o/\o\