sexta-feira, 10 de abril de 2009

O Meu Maior Amor

É incrível como os valores atuais estão invertidos.

Estava lendo uma sinopse sobre o filme "A Paixão de Cristo" nesta Semana Santa e fiquei indignada com um comentário infeliz sobre a crítica e o público terem criticado-o por ele ter excessiva violência. Isso soa tão absurdamente irônico. Sexo explícito e Jogos Mortais são normais, lugar-comum, não têm problema, é arte!... Agora, um filme por ser violento ao ser fatídico é um horror, um tabu quase; quer dizer, pode ser carnificina até não ser verídico. Isso pra mim não é nada além de não ter coragem pra encarar uma verdade triste e profundamente dolorosa; é não querer tomar parte e assumir culpa. Porque quando a Verdade vem, incomoda demais.

Os valores atuais realmente estão invertidos.

Culpar a Igreja pelo seu dogma em relação a aborto é moda, mas criticar uma mãe negligente, jamais! Ler um livro qualquer que seja renomado e achar que sabe tudo é cultura; procurar desvelar e verdade é perda de tempo (é mais fácil falar que tudo é relativo). Cultuar a premiação fácil de 1 milhão de reais é correto; ajudar com essa quantia quem realmente necessita é banal. Seguir preceitos de religião conforme ela prega ou praticar pequenas penitências é bitolação; alucinar-se na academia todos os dias em busca do "físico perfeito" é legal. Parem o mundo que eu quero descer!

Todos os dias são ofertas de conversão, mesmo nas pequenas coisas. Todavia, a Semana Santa é uma ótima oportunidade de realmente efetivá-la. É mister, vital, imprescindível meditar a fundo os valores que tecem nossa vida, o que nos norteia. É tanta informação no mundo, tanta besteira supérflua cobrindo tanta coisa de maior grau, que ficamos atordoados, sem saber para onde olhar. É preciso ter cuidado.

O que guia a sua vida? O que guia a minha?
O que estamos fazendo de útil para o mundo?

Para onde vamos assim?

Perguntas retóricas (eu sei, sou cheia delas!). As respostas são claras, e no fundo, nada relativas.

Há pessoas que acreditam que religião não deveria exisitr porque é motivo de discórdia; pois eu discordo. Religião é religar a Deus e, por mais que tenha caído no hábito vulgar hoje em dia inventar qualquer uma pra satisfazer caprichos próprios, é essencial religar-se a Deus. O problema não é religião: é o que o homem faz dela, transformando algo bom em guerra tão somente por orgulho. Outros simplesmente postulam essa opinião por, na verdade, saberem o quanto exige ser alguém coerente com o que é verdadeiro, como custa fazer o Bem, e o deturpam de modo a aliviar seus fardos. E não falo só no cristianismo ou só no catolicismo: em todas religiões, ser coerente é exigente. É comum defender uma postura permissiva, relaxada, medíocre. O pior, o mais triste é morrer na praia... Não por falta de forças, mas por se recusar a aplicar as forças que se tem.

Por isso, aproveitemos essa época tão propícia para buscar o que há de mais pungente, buscar a Verdade. Porque ela existe, sim, e negá-lo é apenas um modo deplorável de não encará-lo. Há de se lutar bastante: entregar-se ao amor pelos outros, lavar os pés uns dos outros, rezar uns pelos outros (principalmente pelos que não amamos)... amar uns aos outros, fazer o Bem uns aos outros... Isso custa muito e foi tudo que Ele fez. E tudo que Ele sofreu, o sofreu por nós: prova de amor maior não há!
É duro de aceitar, de admitir, de ver, mas é o que é.

E o filme é mais tão triste e tão belo antes por ser mais realista do que qualquer outra coisa. Não há mais porque usar palavras. É só assistir.

Busquemos as respostas. Transformemo-las em atos reais.
Boa Páscoa para todos!

"Ecce Homo!"

Um comentário:

Unknown disse...

Como dito, vim ver seu blog!
Realmente, muito bem escrito!Um ótimo texto para refletir...
Viu, minha palavra basta...
disse que ia procurar e procurei... ainda bem q prestei atenção na med...rs
parabéns!
beijos Lú